Sanções, Vistos e Chantagens: EUA e Brasil à Beira de Um Conflito Diplomático
A relação entre Brasil e Estados Unidos entrou em uma fase crítica, marcada por acusações cruzadas e medidas de impacto diplomático e econômico. A decisão do governo Trump de cancelar o visto do ministro Alexandre de Moraes, além de impor possíveis tarifas comerciais e iniciar investigações contra o sistema Pix, elevou significativamente a tensão entre as duas nações.
Conflito Diplomático: Ato de Retaliação
Após o Supremo Tribunal Federal determinar o uso de tornozeleira eletrônica a Jair Bolsonaro, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, reagiu com sanções. Ele anunciou o cancelamento imediato dos vistos de Moraes, seus familiares e aliados. Segundo Rubio:
“A caça às bruxas promovida por Alexandre de Moraes não apenas atinge os direitos dos brasileiros, como ultrapassa fronteiras ao afetar cidadãos americanos.”
Lula reagiu prontamente e condenou a atitude como uma afronta à soberania brasileira:
“A interferência dos EUA no nosso Judiciário é inaceitável e rompe com os princípios básicos entre nações soberanas.”
Pressões Políticas e Citação Cinematográfica
Moraes foi o único nome divulgado oficialmente, embora outros ministros possam estar na mira. Em tom irônico, um deles teria dito ao Valor Econômico: “Sempre teremos Paris”, ecoando o clássico filme Casablanca, como forma de desdém à proibição de entrada nos EUA.
Rubio ainda reforçou o compromisso com a liberdade de expressão, alertando que:
“Nenhum inimigo da liberdade de expressão americana será poupado.”
Trump e o Alinhamento com Bolsonaro
A ofensiva aumentou com o envio de uma carta pessoal de Donald Trump a Jair Bolsonaro, na qual demonstrou apoio ao ex-presidente brasileiro e pediu o fim do processo judicial:

“Este julgamento deve acabar imediatamente! Você foi um líder forte e respeitado que serviu bem ao seu país.”
Tarifas de 50% e Conflito Econômico
Em julho, Trump declarou que produtos brasileiros sofreriam uma tarifa de 50%. Em resposta, Lula afirmou que, se não houver diálogo, o Brasil aplicará a Lei da Reciprocidade:
“Se ele nos cobrar 50%, cobraremos o mesmo dele.”
Mais tarde, em pronunciamento oficial, Lula reforçou que não aceitará chantagens:
“Tentar interferir na Justiça brasileira é um atentado grave à nossa soberania.”
Pix na Mira dos EUA
O sistema Pix, desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, também foi alvo. Os EUA iniciaram uma investigação alegando que ele afeta negativamente a competitividade de empresas americanas. Durante o BRICS, a integração de sistemas financeiros entre os países aumentou ainda mais o desconforto de Washington, que teme ameaças à hegemonia do dólar.
Big Techs, STF e Liberdade de Expressão
Gigantes como Google, Meta e Telegram têm travado embates com o STF, que exige maior responsabilidade na remoção de conteúdos. Trump, dono de sua própria rede social, acusou o Supremo de censura, dizendo que as liberdades digitais estão em risco.
Lula respondeu durante um congresso estudantil:
“Trump disse que não quer que empresas americanas paguem impostos no Brasil. Pois aqui elas pagarão sim. O Brasil é um país soberano.”
O Futuro da Diplomacia
Esse impasse não é apenas uma crise momentânea. Trata-se de um possível realinhamento geopolítico com impacto global. Como declarou um diplomata brasileiro de forma anônima:
“Não estamos apenas lidando com uma crise momentânea, mas com um reposicionamento geopolítico que pode moldar os próximos anos.”
A continuidade ou resolução dessa tensão dependerá da capacidade de ambos os governos encontrarem pontos de equilíbrio entre soberania, interesses comerciais e respeito mútuo.